O susto do mercado financeiro com o avanço da presidente Dilma Rousseff,
candidata à reeleição pelo PT, nas últimas pesquisas derrubou a Bolsa
de Valores e fez o dólar subir nesta segunda (29). O mercado de ações caiu mais de 4% --a maior baixa num único dia em três
anos. O dólar subiu mais de 10%. Do início do mês para cá, saltou de R$
2,20 para R$ 2,44, a maior cotação desde dezembro de 2008, no auge da
crise financeira global. O pessimismo foi detonado por uma reviravolta na avaliação de
investidores sobre o cenário eleitoral. Até a última sexta-feira, muitos
acreditavam que Marina Silva (PSB) tinha boas chances de vencer num
segundo turno.
Pesquisa Datafolha de sexta-feira, mostrando que a vantagem de Dilma
havia aumentado, jogou de um balde de água fria no mercado e provocou
uma onda de adaptação das apostas ao novo cenário. O mercado financeiro não gosta da gestão de Dilma na economia. Considera
que sua política intervencionista provocou crescimento baixo com
inflação elevada. "O país está com crescimento zero, inflação a 6% e a presidente diz que
está tudo bem. Só podemos acreditar que não mudará nada num segundo
mandato", diz o presidente de um banco estrangeiro no Brasil.
Para investidores e analistas, a permanência de Dilma no cargo por mais
quatro anos poderia significar a continuação deste cenário. Por isso,
apostam, se ela for reeleita, as empresas e a moeda brasileira vão
perder valor. Assim, a Bolsa cairia e o dólar subiria. Antecipando-se a esta expectativa, investidores já começaram a vender ações, prevendo que vão cair mais, e a aplicar em dólar.
VIRADA
Consultorias especializadas em tentar quantificar as chances de vitória
dos candidatos pendiam para Marina Silva até sexta. O pêndulo voltou
para Dilma nesta semana. Isso alimenta até apostas de que a petista
poderia vencer já no primeiro turno. Com o quadro eleitoral mais disputado, os investimentos sofrem forte
oscilação. A Petrobras, usada pelo governo para segurar o preço da
gasolina e para incentivar a indústria nacional, é um dos alvos
preferenciais da especulação no mercado.
Na sexta, quando investidores achavam que Marina ia subir no Datafolha, o
papel da estatal subiu mais de 5%. Depois da pesquisa, caiu 11%. O mesmo aconteceu com os preços de outras ações, do dólar e dos juros. Diante da rejeição a Dilma, o mercado passou a especular que ela poderia
fazer um aceno indicando quem seria o substituto de Guido Mantega na
Fazenda. Seria uma tentativa de acalmar os investidores, e o nome
aventado foi o do empresário Josué Gomes da Silva, filho do
ex-vice-presidente José Alencar.
Dono da indústria têxtil Coteminas e candidato ao Senado pelo PMDB de
Minas Gerais, Josué foi sondado no começo do ano por emissários da
presidente. Queriam que ele assumisse o Desenvolvimento, mas o plano
completo era que mais tarde fosse transferido para a Fazenda. "É especulação. Não acredito que a presidente tomaria qualquer decisão
relativa ao ministério antes de eleita. Dilma é mineira e os mineiros
não passam o carro na frente dos bois", disse Josué à Folha.(FSP)
3 comentários
Cel
ReplyFeito aquele suicídio em massa nas Guianas, né?
Esther
Dilma é mineira? Nem ella concorda com essa afirmação.
ReplyA essa altura do campeonato, quem se juntar a governanta em um ministério novo, já deve saber qual a pecha que vai receber.
E de resto, se reeleita, afundaremos de vez. Reelegendo a poste, o Brasil apenas confirma sua disposição para apoiar corruptos.
ReplyMas aí, dizem que a fenix renasce das cinzas né mesmo.